NÃO VIM DESTRUIR A LEI

"EU VIM PARA TRAZER A VOCÊS ESSES CONHECIMENTOS: É MUITO IMPORTANTE QUE SAIBAM:.HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DO MEU PAI.EU VIM PARA VOS ENSINAR E PREPARAR O CAMINHO PARA QUE POSSAM COMIGO HABITAR ESSAS MUITAS MORADAS NA CASA DO MEU PAI. A TERRA É HOJE UM MUNDO DE PROVAS E ESPIAÇÕES E PASSARÁ BREVEMENTE A PLANO DE REGENERAÇÃO. DEPOIS NÓS TEMOS OS MUNDOS FELIZES, OS MUNDOS DIVINOS, A ESFERA CRÍSTICA, HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DO MEU PAI. NÃO SE TURVE O VOSSO CORAÇÃO,CREDE EM DEUS,CREDE TAMBEM EM MIM .HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DO MEU PAI, MAS PARA QUE POSSAM HABITAR NESSAS MUITAS MORADAS, É IMPORTANTE QUE VOS DIGA: NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO.
"Se tirarem Jesus do Espiritismo, vira comédia. Se tirarem Religião do Espiritismo, vira um negócio. A Doutrina Espírita é ciência, filosofia e religião. Se tirarem a religião, o que é que fica? Jesus está na nossa vivência diária, porquanto em nossas dificuldades e provações, o primeiro nome de que nos lembramos, capaz de nos proporcionar alívio e reconforto, é JESUS."(3) -Chico Xavier

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" Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Somente através de mim chegarás ao Pai "

NO CONVÍVIO DE CRISTO
"Se me amais, guardarei os meus mandamentos" - Jesus
JOÃO, 14:15
Sem dúvida que são várias as atitudes pelas
quais denotamos a nossa posição, diante do Cristo.
Ser-nos-à sempre fácil:
admiti-LHE a grandeza e tributar-LHE horarias;
estudar-LHE as lições e transmitir-LHE os ensinamentos;
apaixonar-nos por SEU apostolado e exaltar-LHE
a personalidade nos valores artísticos
aceitar-LHE as revelações e defedê-LO com veemência; receber-LHE as concessões e entoar-LHE louvores;
idetificar-LHE o poder e respeitar-LHE a influência; reconhecer-LHE a bondade e formar, no culto a ELE, entre
os melhores adoradores;
perceber-LHE a tolerância e abusar-LHE do própio
nome... Tudo isso, realmente, ser-nos-à possível sem o menor
constrangimento, no campo das manifestações
esteriores.
Entretanto, para usufruir a intimidade de Jesus e
senti-lo no coração, é imprescindível AMÁ-LO, compartilhando-lhe a obra e a vida.
Eis porque o DIVINO MESTRE foi claro e insofismável, quando asseverou para os aprendizes que tão-somente os que o amem saberão TRILHAR-LHE O CAMINHO E GUARDAR-LHE OS MANDAMENTOS.
PALAVRAS DE VIDA ETERNA, DE CHICO XAVIER POR EMMANUEL

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A INTERVENÇÃO DO DEMÔNIO NAS MANIFESTAÇÕES MODERNAS



ALLAN KARDEC
CÉU E INFERNO

1. - Os modernos fenômenos do Espiritismo têm atraído a atenção sobre fatos análogos de todos os tempos, e nunca a História foi tão compulsada neste sentido como ultimamente. Pela semelhança dos efeitos, inferiu-se a unidade da causa. Como sempre acontece relativamente a fatos extraordinários que o senso comum desconhece, o vulgo viu nos fenômenos espíritas uma causa sobrenatural, e a superstição completou o erro ajuntando-lhes absurdas crendices. Provém dai uma multidão de lendas que, pela maior parte, são um amálgama de poucas verdades e muitas mentiras.

2. - As doutrinas sobre o demônio, prevalecendo por tanto tempo, haviam de tal maneira exagerado o seu poder, que fizeram, por assim dizer, esquecer Deus; por toda parte surgia o dedo de Satanás, bastando para tanto que o fato observado ultrapassasse os limites do poder humano. Até as coisas melhores, as descobertas mais úteis, sobretudo as que podiam abalar a ignorância e alargar o circulo das idéias foram tidas muita vez por obras diabólicas. Os fenômenos espíritas de nossos dias, mais generalizados e mais bem observados à luz da razão e com o auxilio da Ciência, confirmaram, é certo, a intervenção de inteligências ocultas, porém agindo dentro de leis naturais e revelando por sua ação uma nova força e leis até então desconhecidas.

A questão reduz-se, portanto, a saber de que ordem são essas inteligências. Enquanto se não possuía do mundo espiritual noções mais que incertas e sistemáticas, a verdade podia ser desviada; mas hoje que observações rigorosas e estudos experimentais esclareceram a natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como o seu modo de ação e papel no Universo - hoje, dizemos, a questão se resolve por fatos. Sabemos, agora, que essas inteligências ocultas são as almas dos que viveram na Terra. Sabemos também que as diversas categorias de bons e maus Espíritos não são seres de espécies diferentes, porém que apenas representam graus diversos de adiantamento. Segundo a posição que ocupam em virtude do desenvolvimento intelectual e moral, os seres que se manifestam apresentam os mais fundos contrastes, sem que por isso possamos supor não tenham saído todos da grande família humana, do mesmo modo que o selvagem, o bárbaro e o homem civilizado.

3. - Sobre este ponto, como sobre muitos outros, a Igreja mantém as velhas crenças a respeito dos demônios. Diz ela: "Há princípios que não variam há dezoito séculos, porque são imutáveis." O seu erro é precisamente esse de não levar em conta o progresso das idéias; é supor Deus insuficientemente sábio para não proporcionar a revelação ao desenvolvimento das inteligências; é, em suma, falar aos contemporâneos a mesma linguagem do passado. Ora, progredindo a Humanidade enquanto a Igreja se mantem em velhos erros sistematicamente, tanto em matéria espiritual como na científica, cedo virá a incredulidade, avassalando a própria Igreja.

4-Eis como esta explica a intervenção exclusiva dos demônios nas manifestações espíritas: (1)

"Nas suas intervenções exteriores os demônios procuram dissimular a sua presença, a fim de afastar suspeitas. Sempre astutos e pérfidos, seduzem o homem com ciladas antes de algemá-lo na opressão e no servilismo. "Aqui lhe aguçam a curiosidade com fenômenos e partidas pueris; além, despertam-lhe a admiração e subjugam-no pelo encanto do maravilhoso.

"Se o sobrenatural aparece e os desmascara, então, acalmam-se, extinguem quaisquer apreensões, solicitam confiança e provocam familiaridade.

"Ora se apresentam como divindades e bons gênios, ora assimilam nomes e mesmo traços de memorados mortos. Com o auxílio de tais fraudes dignas da antiga serpente, falam e são ouvidos; dogmatizam e são acreditados; misturam com suas mentiras algumas verdades e inculcam o erro debaixo de todas as formas. Eis o que significam as pretensas revelações de além-túmulo. E é para tal resultado que a madeira e a pedra, as florestas e as fontes, o santuário dos ídolos e os pés das mesas e as mãos das crianças se tornam oráculos: é por isso que a pitonisa profetiza em delírio; que o ignorante se torna cientista num sono misterioso. Enganar e perverter, tal é, em toda parte e de todos os tempos, o supremo objetivo dessas manifestações.

"Os resultados surpreendentes dessas práticas ou atos ordinariamente fantásticos e ridículos, não podendo provir da sua virtude intrínseca, nem da ordem estabelecida por Deus, só podem ser atribuídos ao concurso das potências ocultas. Tais são, notadamente, os fenômenos extraordinários obtidos em nossos dias pelos processos aparentemente inofensivos do magnetismo, como os das mesas falantes. Por meio das operações da moderna magia, vemos reproduzirem-se no presente as evocações, as consultas, as curas e sortilégios que ilustraram os templos dos ídolos e os antros das sibilas. Como outrora, interroga-se a madeira e esta responde; manda-se e ela obedece; isto em todas as línguas e sobre todos os assuntos; acha-se a gente em presença de seres invisíveis a usurparem nomes de mortos, e cujas pretensas revelações têm o cunho da contradição e da mentira; formas inconsistentes e leves aparecem rápidas e repentinas, patenteando-se dotadas de força sobre-humana.

"Quais são os agentes secretos desses fenômenos, os verdadeiros atores dessas cenas inexplicáveis? Os anjos, esses não aceitariam tais papéis indignos, como também não se prestariam a todos os caprichos da curiosidade.

"As almas dos mortos, que Deus proíbe evocar, essas demoram no lugar que lhes designa a sua justiça, e não podem, sem sua permissão, colocar-se às ordens dos vivos. Assim, os seres misteriosos que acodem ao primeiro apelo do herege, do ímpio ou do crente - o que importa dizer da inocência ou do crime - não são nem enviados de Deus, nem apóstolos da verdade e da salvação, porém fatores do erro e agentes do inferno. Apesar do cuidado com que se ocultam sob os mais veneráveis nomes, eles traem-se pela nulidade das suas doutrinas, pela baixeza dos atos e incoerência das palavras.

"Procuram apagar do símbolo religioso os dogmas do pecado original, da ressurreição do corpo, da eternidade das penas, como de toda a revelação divina, para subtrair às leis a sua verdadeira sanção e abrir ao vício todas as barreiras. Se as suas sugestões pudessem prevalecer, acabariam por formar uma religião cômoda para uso do socialismo e de todos a quem mportuna a noção do dever e da consciência.

"A incredulidade do nosso século facilitou-lhes o caminho. Assim possam as sociedades cristãs, por uma sincera dedicação à fé católica, escapar ao perigo desta nova e terrível invasão!"

5. - Toda esta teoria deriva do princípio de que os anjos e os demônios são seres distintos das almas humanas, sendo estas antes o produto de uma criação especial, aliás inferiores aos demônios em inteligência, em conhecimento e em toda espécie de faculdade. E é assim que opina pela exclusiva intervenção dos maus anjos, nas antigas como nas modernas manifestações dos Espíritos.

A possibilidade da comunicação dos mortos é uma questão de fato, é o resultado de observações e experiências que não vêm ao caso discutir aqui. Admitamos, porém, como hipótese, a doutrina acima citada, e vejamos se ela se não destrói por si mesma com os seus próprios argumentos.

6. - Das três categorias de anjos segundo a Igreja, a primeira ocupa-se exclusivamente do céu; a segunda do governo do Universo, e a terceira, da Terra. É nesta última que se encontram os anjos de guarda encarregados da proteção de cada indivíduo. Somente uma parte dos anjos, desta última categoria, é que compartilhou da revolta e foi transformada em demônios. Ora, desde que Deus lhes permitira com tanta liberdade, já por sugestões ocultas, já por ostensivas manifestações, induzir os homens em erro, e porque esse Deus é soberanamente justo e bom, devia ao menos, para atenuar os males de tão odiosa concessão, permitir também a manifestação dos bons anjos. Ao menos, assim, os homens teriam a liberdade e o recurso da escolha.

Dar, porém, aos anjos maus o monopólio da tentação, com poderes amplos de simular o bem para melhor seduzir; e vedando ao mesmo tempo toda e qualquer intervenção dos bons, é atribuir a Deus o intuito inconcebível de agravar a fraqueza, a inexperiência e a boa-fé dos homens. É mais ainda: é supor da parte de Deus um abuso de confiança, pela fé que nos merece. A razão recusa admitir tanta parcialidade em proveito do mal. Vejamos os fatos.

7. - Aos demônios concedem-se faculdades transcendentes: nada perderam da natureza angélica; possuem o saber, a perspicácia, a previdência e a penetração dos anjos, tendo ainda, a mais, astúcia, ardil e artifício, tudo em grau mais elevado. O objetivo que os move é desviar os homens do bem, afastá-los de Deus e arrastá-los ao inferno, do qual são provedores e recrutadores. Assim, compreende-se que se dirijam de preferência aos que estão no bom caminho e nele persistem; compreende-se o emprego das seduções e simulacros do bem para atraí-los e perdê-los; mas o que se não compreende é que se dirijam aos que já lhes pertencem de corpo e alma, procurando reconduzi-los a Deus e ao bem.

Quem mais estará nas garras do demônio do que aquele que de Deus blasfema, atido ao vício e à desordem das paixões? Esse não estará no caminho do inferno? Mas então como compreender que a uma tal presa esse demônio exorte a rogar a Deus, a submeter-se à sua vontade, a renunciar ao mal?

Como se compreende que exalte aos seus olhos a vida deliciosa dos bons Espíritos e lhe pinte a horrorosa posição dos maus? Jamais se viu negociante realçar aos seus fregueses a mercadoria do vizinho em detrimento da sua, aconselhando-os a ir à casa dele. Nunca se viu um arrebanhador de soldados depreciar a vida militar, decantando o repouso da vida doméstica! Poderá ele dizer aos recrutas que terão vida de trabalhos e privações com dez probabilidades contra uma de morrerem ou, pelo menos, de ficarem sem braços nem pernas? É este, no entanto, o papel estúpido do demônio, pois é notório - e é um fato - que as instruções emanadas do mundo invisível têm regenerado incrédulos e ateus, insuflando-lhes n’alma fervor e crenças nunca havidos.

Ainda por influência dessas manifestações têm-se visto - e vêem-se diariamente - regenerarem-se viciosos contumazes, procurando melhorarem-se a si mesmos. Ora, atribuir ao demônio tão benéfica propaganda e salutar resultado, é conferir-lhe diploma de tolo.

E como não se trata de simples suposição, mas de fato experimental contra o qual não há argumento, havemos de concluir, ou que o demônio é um desazado de primeira ordem, ou que não é tão astuto e mau como se pretende, e, conseguintemente, tão temível quanto dizem; ou, então, que todas as manifestações não partem dele.

8. - "Eles inculcam o erro sob todas as formas, e é para obter esse resultado que a madeira, a pedra, as florestas, as fontes, os santuários dos ídolos, os pés das mesas e as mãos dos meninos se tornam oráculos." Mas, se assim é, qual o sentido e valor destas palavras do Evangelho: - "Eu repartirei meu Espírito por toda a carne: - vossos filhos e filhas profetizarão; os jovens terão visões e os velhos terão sonhos. Nesses dias repartirei meu Espírito por todos os meus servidores e servidoras, e eles profetizarão." (Atos dos Apóstolos, cap. II, vv. 17 e 18.)

Não estará nessas palavras a predição tácita da mediunidade dos nossos dias a todos concedida, mesmo às crianças? E essa faculdade foi anatematizada pelos apóstolos? Não; eles a apregoam como graça divina e não como obra do demônio. Terão os teólogos de hoje mais autoridade que os apóstolos? Por que não ver antes o dedo de Deus na realização daquelas palavras?

9. - "Por meio das operações da moderna magia vemos reproduzirem-se no presente as evocações, as consultas, as curas e os sortilégios que ilustraram os templos dos ídolos e os antros das sibilas."

Nós perguntamos: que há de comum entre as operações da magia e as evocações espíritas?

Houve tempo em que tais operações faziam fé e acreditava-se na sua eficácia, mas hoje são simplesmente ridículas. Ninguém as toma a sério, e o Espiritismo condena-as. Na época em que florescera a magia, era imperfeita a noção sobre a natureza dos Espíritos, geralmente havidos por seres dotados de poder sobre-humano. A troco da própria alma, ninguém os evocava que não fosse para obter favores da sorte e da fortuna, achar tesouros, revelar o futuro ou obter filtros. A magia com seus sinais, fórmulas e práticas cabalísticas era increpada de fornecer segredos para operar prodígios, constranger Espíritos a ficarem às ordens dos homens e satisfazerem-lhes os desejos. Hoje sabemos que os Espíritos são as almas dos mortos e não os evocamos senão para receber conselhos dos bons, moralizar os maus e continuar relações com seres que nos são caros. Eis o que diz o Espiritismo a tal respeito:

10. Não podereis obrigar nunca a presença de um Espírito vosso igual ou superior em moralidade, por vos faltar autoridade sobre ele; mas, do vosso inferior, e sendo para seu beneficio, conseguí-lo-eis, visto como outros Espíritos vos secundam. ( O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)

- A mais essencial de todas as disposições para evocar é o recolhimento, quando desejarmos tratar com Espíritos sérios. Com a fé e o desejo do bem, mais aptos nos tornamos para evocar Espíritos superiores. Elevando nossa alma por alguns instantes de concentração no momento de evocá-los, identificamo-nos com os bons Espíritos, predispondo a sua vinda. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)

- Nenhum objeto, medalha ou talismã tem a propriedade de atrair ou repelir Espíritos, pois a matéria ação alguma exerce sobre eles. Nunca um bom Espírito aconselha tais absurdos. A virtude dos talismãs só pode existir na imaginação de pessoas simplórias. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)

- Não há fórmulas sacramentais para evocar Espíritos. Quem quer que pretendesse estabelecer uma fórmula, poderia ser tachado de usar de charlatanismo, visto que para os Espíritos puros a fórmula nada vale. A evocação deve, porém, ser feita sempre em nome de Deus. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XVII.)

- Os Espíritos que prefixam entrevistas em lugares lúgubres, e a horas indevidas, são os que se divertem a custa de quem os ouve. É sempre inútil e muitas vezes perigoso ceder a tais sugestões; inútil, porque nada se ganha além de uma mistificação, e perigoso, não pelo mal que possam fazer os Espíritos, mas pela influência que tais fatos podem exercer sobre cérebros fracos. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)

- Não há dias nem horas mais especialmente propícios às evocações: isso, como tudo que é material, é completamente indiferente aos Espíritos, além de ser supersticiosa a crença em tais influências. Os momentos mais favoráveis são aqueles em que o evocador pode abstrair-se melhor das suas preocupações habituais, calmo de corpo e de espírito. ( O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)

- A crítica malévola apraz-se em representar as comunicações espíritas revestidas das práticas ridículas e supersticiosas da magia e da nigromancia. Entretanto, se os que falam do Espiritismo, sem conhecê-lo, procurassem estudá-lo, poupariam trabalhos de imaginação e alegações que só servem para demonstrar a sua ignorância e má-vontade.

Para conhecimento das pessoas estranhas à ciência, diremos que não há horas mais propícias, umas que outras, como não há dias nem lugares, para comunicar com os Espíritos. Diremos mais: que não há fórmulas nem palavras sacramentais ou cabalísticas para evocá-los; que não há necessidade alguma de preparo ou iniciação; que é nulo o emprego de quaisquer sinais ou objetos materiais para atraí-los ou repeli-los, bastando para tanto o pensamento; e, finalmente, que os médiuns recebem deles as comunicações sem sair do estado normal, tão simples e naturalmente como se tais comunicações fossem ditadas por uma pessoa vivente. Só o charlatanismo poderia emprestar às comunicações formas excêntricas, enxertando-lhes ridículos acessórios. ( O que é o Espiritismo, cap. II, nº 49.)

- O futuro é vedado ao homem por princípio, e só em casos raríssimos e excepcionais é que Deus faculta a sua revelação. Se o homem conhecesse o futuro, por certo que negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade. Absorvidos pela idéia da fatalidade de um acontecimento, ou procuramos conjurá-lo ou não nos preocupamos dele. Deus não permitiu que assim fosse, a fim de que cada qual concorresse para a realização dos acontecimentos mesmos, que porventura desejaria evitar. Ele permite, no entanto, a revelação do futuro, quando o conhecimento prévio de uma coisa não estorva, mas facilita a sua realização, induzindo a procedimento diverso do que se teria sem tal circunstância. ( O Livro dos Espíritos, Parte 3ª, cap. X.)

- Os Espíritos não podem guiar descobertas nem investigações científicas. A Ciência é obra do gênio e só deve ser adquirida pelo trabalho, pois é por este que o homem progride. Que mérito teríamos nós se, para tudo saber, apenas bastasse interrogar os Espíritos? Por esse preço, todo imbecil poderia tornar-se sábio. O mesmo se dá relativamente aos inventos e descobertas da indústria. Chegado que seja o tempo de uma descoberta, os Espíritos encarregados da sua marcha procuram o homem capaz de levá-la a bom termo e inspiram-lhe as idéias necessárias, isto de molde a não lhe tirar o respectivo mérito, que está na elaboração e execução dessas idéias. Assim tem sido com todos os grandes trabalhos da inteligência humana. Os Espíritos deixam cada indivíduo na sua esfera: do homem apenas apto para lavrar a terra não fazem depositários dos segredos de Deus, mas sabem arrancar da obscuridade aquele que se mostra capaz de secundar-lhes os desígnios. Não vos deixeis, por conseguinte, dominar pela ambição e pela curiosidade, em terreno alheio ao do Espiritismo, que tais fitos não tem, pois com eles só conseguireis as mais ridículas mistificações. ( O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVI.)

- Os Espíritos não podem concorrer para a descoberta de tesouros ocultos. Os superiores não se ocupam de tais coisas e só os zombeteiros podem entreter-se com elas, já indicando tesouros que o mais das vezes não existem, já apontando sítios diametralmente opostos àqueles em que realmente existem. Esta circunstância tem, contudo, uma utilidade, qual a de mostrar que a verdadeira fortuna reside no trabalho. Quando a Providência tem destinado a alguém quaisquer riquezas ocultas, esse alguém as encontrará naturalmente; do contrário não, nunca. (O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVI.)

- Esclarecendo-nos sobre as propriedades dos fluidos - agentes e meios de ação do mundo invisível constituindo uma das forças e potências da Natureza – o Espiritismo nos dá a chave de inúmeros fatos e coisas inexplicadas e inexplicáveis de outro modo, fatos e coisas que passaram por prodígios, em outras eras. Do mesmo modo que o magnetismo, ele nos revela uma lei, senão desconhecida, pelo menos incompreendida, ou então, para melhor dizer, efeitos de todos os tempos conhecidos, pois que de todos os tempos se produziram, mas cuja lei se ignorava e de cuja ignorância brotava a superstição. Conhecida essa lei, desaparece o maravilhoso e os fenômenos entram para a ordem das coisas naturais. Eis por que os Espíritos não produzem milagres, fazendo girar as mesas ou escrever os mortos, como milagre não faz o médico em restituir à vida o moribundo, e o físico provocando a queda do raio. Quem pretendesse fazer milagres pelo Espiritismo não passaria de ignorante, ou então de mero prestidigitador. ( O Livro dos Médiuns, 1ª Parte, cap. II.)

Pessoas há que fazem das evocações uma idéia muito falsa: há mesmo quem acredite que os mortos evocados se apresentam com todo o aparelho lúgubre do túmulo. Tais suposições podem ser atribuídas ao que vemos nos teatros ou lemos nos romances e contos fantásticos, onde os mortos aparecem amortalhados com o chocalhar dos ossos.

O Espiritismo, que nunca fez milagres, também não faz esse, pois que jamais fez reviver um corpo morto. O Espírito, fluídico, inteligente, esse não baixa à campa com o grosseiro invólucro, que lá fica definitivamente. Separa-se dele no momento da morte, e nada mais têm de comum entre si. ( O que é o Espiritismo, cap. II, n.º 48.)

11 - Ampliamos estas citações para mostrar que os princípios do Espiritismo não têm relação alguma com os da magia. Assim, nem Espíritos às ordens dos homens; nem meios de os constranger; nem sinais ou fórmulas cabalísticas; nem descobertas de tesouros; nem processos para enriquecer, e tampouco milagres ou prodígios, adivinhações e aparições fantásticas: nada, enfim, do que constitui o fim e os elementos essenciais da magia. O Espiritismo não só reprova tais coisas como demonstra a impossibilidade e ineficácia delas. Não há, afirmamo-lo ainda uma vez, analogia alguma entre os processos e fins da magia e os do Espiritismo; só a ignorância e a má-fé poderão confundi-los. Dessa forma, tal erro não pode prevalecer, uma vez que os princípios espíritas não se furtam ao exame, e aí estão formulados inequívoca e claramente para todos.

Quanto às curas, reconhecidas como reais na pastoral precitada, o exemplo está mal selecionado como meio de evitar relações com os Espíritos. Efetivamente, essas curas são outros tantos benefícios que levam à gratidão e que todos podem experimentar. Pouca gente estará disposta a renunciar a elas, mormente depois de haver esgotado outros recursos antes de recorrer ao diabo. Depois, se o diabo cura, força é confessar que faz uma boa e meritória ação. (2)

12. - "Quais são os agentes secretos de tais fenômenos, os verdadeiros autores dessas cenas inexplicáveis? Os anjos, esses não aceitariam papéis indignos, como também não se prestariam aos caprichos todos da curiosidade." O autor quer falar das manifestações físicas dos Espíritos, no número das quais algumas há evidentemente pouco dignas de Espíritos superiores. Nós lhe pediremos, contudo, que substitua o vocábulo anjo pelo de espíritos puros ou espíritos superiores, pois que assim teremos exa tamente o que diz o Espiritismo. Indignas, porém, dos bons Espíritos, não se pode considerar uma multidão de comunicações dadas pela escrita, pela palavra, pela audição, etc., pois que tais comunicações seriam e são dignas dos homens mais eminentes da Terra. O mesmo poderemos dizer quanto às curas, aparições e um sem-número de fatos que os livros santos citam em profusão como obra de anjos ou de santos. Se, pois, os anjos e os santos produziram outrora fenômenos semelhantes, por que não os produzirão hoje? Por que serem idênticos fatos julgados bruxaria nas mãos de uns, enquanto nas mãos de outros se reputam santos milagres?

Sustentar semelhante tese é abdicar toda a lógica. O autor da Pastoral labora em erro quando afirma que tais fenômenos são inexplicáveis. O que se dá é justamente o contrário, isto é, hoje esses fenômenos são perfeitamente explicados, tanto que se não consideram mais como maravilhosos e sobrenaturais. Dado, porém, de barato que assim não fora, tão lógico seria atribuí-los ao diabo, quanto era lógico noutros tempos dar a este as honras de todos os fenômenos naturais, cuja causa então se desconhecia.

Por papéis indignos devemos entender os que visam o mal e o ridículo, a menos que queiramos qualificar de tal a obra salutar dos bons Espíritos, que promovem o bem, encaminhando os homens para Deus, pela virtude. Ora, o Espiritismo diz expressamente que os papéis indignos não cabem aos Espíritos superiores, como se infere dos seguintes preceitos:

13. - A categoria do Espírito se reconhece por sua linguagem: os verdadeiramente bons e superiores têm-na sempre digna, nobre, lógica, imune de qualquer contradição; ressumbra sabedoria, modéstia, benevolência e a mais pura moral. Além disso é concisa, clara, sem redundâncias inúteis. Os Espíritos inferiores, ignorantes ou orgulhosos, é que suprem a vacuidade das idéias com abundância de frases. Todo pensamento implicitamente falso, toda máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, qualquer sinal de malevolência, de presunção ou de arrogância, são indícios incontestáveis da inferioridade de um Espírito.

- Os Espíritos superiores só se ocupam de comunicações inteligentes, visando instruir-nos.

As manifestações físicas ou puramente materiais competem mais comumente aos Espíritos inferiores, vulgarmente designados por Espíritos batedores, pela mesma razão por que entre nós os torneios de força e agilidade são próprios de saltimbancos e não de sábios. Absurdo seria supor que um Espírito, por pouco elevado que sela, goste do alarde e do reclamo. ( O que é o Espiritismo, cap. II, ns. 37, 38, 39, 40 e 60. Vede também O Livro dos Espíritos, Parte 2ª, cap. I - Diferentes ordens de Espíritos; Escala espírita, e O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIV - Identidade dos Espíritos; Distinção dos bons e maus Espíritos.)

Qual é o homem de boa-fé que pode lobrigar nestes preceitos atribuições incompatíveis com Espíritos elevados? Não, o Espiritismo não confunde os Espíritos, antes, pelo contrário, distingue-os. A Igreja, sim, atribui aos demônios uma inteligência igual à dos anjos, ao passo que o Espiritismo afirma e confirma, baseado na observação dos fatos, que os Espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes, tendo muito limitados o seu horizonte moral e perspicácia, de feição a terem das coisas uma idéia muita vez falsa e incompleta, incapazes de resolver certas questões e, conseguintemente, de fazer tudo quanto se atribui aos demônios.

14. - "As almas dos mortos, que Deus proíbe evocar, essas demoram no lugar que lhes designa a sua justiça, e não podem, sem sua permissão, colocar-se à disposição dos vivos."

O Espiritismo vai além, é mais rigoroso: não admite manifestação de quaisquer Espíritos, bons ou maus, sem a permissão de Deus, ao passo que a Igreja de tal não cogita relativamente aos demônios, os quais, segundo a sua teoria, se dispensam de tal permissão.

O Espiritismo diz mais que, mediante tal permissão e correspondendo ao apelo dos vivos, os Espíritos não se põem à disposição destes. O Espírito evocado vem voluntariamente, ou é constrangido a manifestar-se? Obedecendo à vontade de Deus, isto é, à lei que rege o Universo, ele julga da utilidade ou inutilidade da sua manifestação, o que constitui uma prerrogativa do seu livre-arbítrio.

O Espírito superior não deixa de vir sempre que é evocado para um fim útil, só se recusando a responder quando em reunião de pessoas pouco sérias que levem a coisa em ar de gracejo. ( O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)

- Pode o Espírito evocado recusar-se a vir pela evocação que lhe fazem? Perfeitamente, visto como tem o seu livre-arbítrio. Podeis acaso acreditar que todos os seres do Universo estejam à vossa disposição? E vós mesmos vos julgais obrigados a responder a todos quantos pronunciam o vosso nome? Mas quando digo que o Espírito pode recusar-se, subordino essa negativa ao pedido do evocador, por isso que um Espírito inferior pode ser constrangido por um superior a manifestar-se. ( O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXV.)

Tanto os espíritas estão convencidos de que nada podem sobre os Espíritos diretamente, sem a permissão de Deus, que dizem, quando evocam: "Rogamos a Deus todo-poderoso permitir que um bom Espírito se comunique conosco, bem como aos nossos anjos de guarda assistir-nos e afastarem os maus Espíritos." E em se tratando de evocação de um Espírito determinado: - "Rogamos a Deus todo-poderoso permitir que tal Espírito se comunique conosco", etc. ( O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XVII, n° 203.)

15. - As acusações formuladas pela Igreja, contra as evocações, não atingem, portanto, o Espiritismo, porém as práticas da magia, com a qual este nada tem de comum. O Espiritismo condena tanto quanto a Igreja as referidas práticas, ao mesmo tempo que não confere aos Espíritos superiores um papel indigno deles, nem algo pergunta ou pretende obter sem a permissão de Deus.

Certo, pode haver quem abuse das evocações, quem delas faça um jogo, quem lhes desnature o caráter providencial em proveito de interesses pessoais, ou ainda quem por ignorância, leviandade, orgulho ou ambição se afaste dos verdadeiros princípios da Doutrina; o verdadeiro Espiritismo, o Espiritismo sério os condena porém, tanto quanto a verdadeira religião condena os crentes hipócritas e os fanáticos. Portanto, não é lógico nem razoável imputar ao Espiritismo abusos que ele é o primeiro a condenar, e os erros daqueles que o não compreendem. Antes de formular qualquer acusação, convém saber se é justa. Assim, diremos: A censura da Igreja recai nos charlatães, nos especuladores, nos praticantes de magia e sortilégio, e com razão. Quando a crítica religiosa ou céptica, dissecando abusos, profliga o charlatanismo, não faz mais que realçar a pureza da sã doutrina, auxiliando-a no expurgo de maus elementos e facilitando-nos a tarefa. O erro da critica está no confundir o bom e o mau, o que muitas vezes sucede pela má-fé de alguns e pela ignorância do maior número.

Mas a distinção que uma tal crítica não faz, outros a fazem. Finalmente, a censura aplicada ao mal e à qual todo espírita sincero e reto se associa, essa nem prejudica nem afeta a Doutrina.

16. - "Assim, os seres misteriosos que acodem ao primeiro apelo do herege, do ímpio ou do crente - o que importa dizer: - da inocência ou do crime - não são nem enviados de Deus, nem apóstolos da verdade e da salvação, mas fatores do erro e agentes do inferno."

Estas palavras persuadem que Deus não permite a manifestação de bons Espíritos que possam esclarecer e salvar da eterna perdição o herege, o ímpio e o criminoso! Somente os prepostos do inferno se lhes envia, para mais mergulhá-los no lodaçal. Pesa dizê-lo, mas, segundo a Igreja, Deus não envia à Inocência senão seres perversos para seduzi-la!



Essa Igreja não admite entre os anjos, entre as criaturas privilegiadas de Deus, um ser bastante compassivo que venha em socorro das almas transviadas! Para que servem, pois, as brilhantes qualidades que exornam tais seres? Acaso e tão-somente para seu gozo pessoal? E serão eles realmente bons, quando, extasiados pelas delícias da contemplação, vêem tantas almas no caminho do inferno sem que procurem desviá-las? Mas isso é precisamente a imagem do egoísmo desses potentados que, impiedosos na farta opulência, deixam morrer à fome o mendigo que lhes bate à porta!

É mais ainda: É o próprio egoísmo arvorado em virtude e colocado aos pés do Criador. Mas vós vos admirais que bons Espíritos venham ao herege e ao ímpio, certamente porque vos esquecestes desta parábola do Cristo: - "Não é o homem são que precisa de médico." Então não tendes um ponto de vista mais elevado que o dos fariseus daquele tempo? E vós mesmos, vós vos recusareis mostrar o bom caminho ao descrente que vos chamasse? Pois bem: os bons Espíritos fazem o que faríeis; dirigem-se ao ímpio para dar-lhe bons conselhos. Oh! em lugar de anatematizardes as comunicações de além-túmulo, melhor fora bendissésseis os decretos do Senhor, admirando-lhe a onipotência e bondade infinitas.

17. - Dizem que há anjos de guarda; mas quando não podem insinuar-se pela voz misteriosa da consciência ou da inspiração, por que não empregarem meios de ação mais diretos e materiais de modo a chocar os sentidos, uma vez que tais meios existem? E pois que tudo provém de Deus e nada ocorre sem a sua permissão, podemos admitir que Ele faculte tais meios aos maus Espíritos e os recuse aos bons?

Nesse caso é preciso confessar que Deus facilita mais poderes ao demônio, para perder aos homens, do que aos anjos de guarda para salvá-los! Pois bem! o que os anjos de guarda, segundo a Igreja, não podem fazer, fazem por si os demônios: servindo-se de tais comunicações, ditas infernais, reconduzem a Deus os que o renegavam e ao bem os escravizados ao mal. Esses demônios fazem mais: dão-nos o espetáculo de milhões de homens acreditando em Deus por intercessão da sua potência diabólica, ao passo que a Igreja era impotente para convertê-los. Homens que jamais oraram, fazem-no hoje com fervor, graças às instruções desses demônios!


Quantos orgulhosos, egoístas e devassos se tornaram humildes, caridosos e recatados?!

E tudo por obra do diabo! Ah! mas se assim for, claro é que a toda essa gente o demônio tem prestado melhor serviço e guarda que os próprios anjos. É necessário, porém, formar uma triste opinião do senso humano dos nossos tempos. para crer que os homens aceitem cegamente tais idéias. Uma religião, porém, que faz pedra angular de tal doutrina, uma religião que se destrói pela base, em se lhe tirando os seus demônios, o seu inferno, as suas penas eternas e o seu deus impiedoso; uma religião tal, dizemos, é uma religião que se suicida.

18. - Dizem que Deus enviou o Cristo, seu filho, para salvar os homens, provando-lhes com isso o seu amor. Como se explica, entretanto, que os deixasse depois em abandono? Não há dúvida de que Jesus é o mensageiro divino enviado aos homens para ensinar-lhes a verdade, e, por ela, o caminho da salvação; mas contai - e somente após a sua vinda - quantos não puderam ouvir-lhe a palavra da verdade, quantos morreram e morrerão sem conhecê-la, quantos, finalmente, dos que a conhecem, a põem em prática. Então, por que não lhes enviar Deus, sempre solícito na salvação de suas criaturas, outros mensageiros, que, baixando a todas as terras, entre grandes e pequenos, ignorantes e sábios, crédulos e cépticos, venham ensinar a verdade aos que a desconhecem, torná-la compreensível aos que não a compreendem, e suprir, enfim, pelo seu ensino direto e múltiplo, a insuficiência na propagação do Evangelho, abreviando o evento do reinado divino? Mas eis que chegam esses mensageiros em hostes inumeráveis, abrindo os olhos aos cegos, convertendo os ímpios, curando os enfermos, consolando os aflitos, a exemplo de Jesus! Que fazeis vós, e como os recebeis vós? Ah! vós os repudiais, repelis o bem que fazem e clamais: são demônios!


Outra não era a linguagem dos fariseus relativamente ao Cristo, que, diziam, fazia o bem por artes do diabo! E o Nazareno respondeu-lhes: "Reconhecei a árvore por seu fruto: a má árvore não pode dar bons frutos."

Para os fariseus eram maus os frutos de Jesus, porque ele vinha destruir o abuso e proclamar a liberdade que lhes arruinaria a autoridade. Se ao invés disso Jesus tivesse vindo lisonjear-lhes o orgulho, sancionar os seus erros e sustentar-lhes o poder, então, sim, ele seria o esperado Messias dos judeus. Mas o Cristo era só, pobre e fraco: decretaram-lhe a morte julgando extinguir-lhe a palavra, e a palavra sobreviveu-lhe porque era divina. Importa contudo dizer que essa palavra só lentamente se Propagou, e, após dezoito séculos, apenas é conhecida de uma décima parte do gênero humano. Além disso, em que pese a tais razões, numerosos cismas rebentaram já do seio da cristandade. Pois bem: agora, Deus, em sua misericórdia, envia os Espíritos a confirmá-la, a completá-la, a difundi-la por todos e em toda a Terra - a santa palavra de Jesus. E o grande caso é que os Espíritos não estão encarnados num só homem cuja voz fora limitada: eles são inumeráveis, andam por toda parte e não podem ser tolhidos. Também por isso, o seu ensino se amplia com a rapidez do raio; e porque falam ao coração e à razão, são pelos humildes mais compreendidos.

19. - Não é indigno de celestes mensageiros - dizeis - o transmitirem suas instruções por meio tão vulgar qual o das mesas? Não será ultrajá-los o supor que se divertem com frivolidades deixando a sua mansão de luz para se porem à disposição do primeiro curioso?

Jesus também deixou a mansão do Pai para nascer num estábulo. E quem vos disse que o Espiritismo atribui frioleiras aos Espíritos superiores? Não; o Espiritismo afirma positivamente o contrário, isto é, que as coisas vulgares são próprias de Espíritos vulgares. Não obstante, dessas vulgaridades resulta um benefício, qual o de abalar muitas imaginações, provando a existência do mundo espiritual e demonstrando à saciedade que esse mundo não é tal, porém muito diferente do que se julgava. Essas manifestações iniciais eram porventura simples como tudo que começa, mas nem por germinar de minúscula semente a árvore deixa um dia de estender virente e copada a sua ramagem.

Quem acreditaria que da misérrima manjedoura de Belém pudesse sair a palavra que havia de transformar o mundo? Sim! O Cristo é bem o Messias divino. A sua palavra é bem a palavra da verdade, fundada na qual a religião se torna inabalável, mas sob condição de praticar os sublimes ensinamentos que ela contém, e não de fazer do Deus justo e bom, que nela reconhecemos, um Deus faccioso, vingativo e cruel.

(1) As citações deste capítulo são extraídas da mesma pastoral indicada no precedente, e da qual são corolários. É a mesma fonte e, por conseguinte, a mesma autoridade.

(2) Querendo persuadir as pessoas curadas pelo Espiritismo que o foram pelo diabo, grande numero delas se há separado da Igreja, sem que jamais pensassem fazê-lo.

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Tábua dos 10 mandamentos ditados à Moisés

MOISES
Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir, mas cumpri-los: — porquanto, em verdade vos digo que o céu e a Terra não passarão, sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto. (S. MATEUS, cap. V, vv. 17 e 18.) Na lei mosaica, há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo.I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. — Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano. A lei de Deus está formulada nos dez mandamentos seguintes: II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus. III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado. IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará. V. Não mateis. VI. Não cometais adultério. VII. Não roubeis. VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo. IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo. X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam. É de todos os tempos e de todos os países essa lei e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor, um povo de seu natural turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem precisava apoiar-se na autoridade de Deus; mas, só a idéia de um Deus terrível podia impressionar criaturas ignorantes, em as quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o senso moral e o sentimento de uma justiça reta. É evidente que aquele que incluíra, entre os seus mandamentos, este: “Não matareis; não causareis dano ao vosso próximo”, não poderia contradizer-se, fazendo da exterminação um dever. As leis mosaicas, propriamente ditas, revestiam, pois, um caráter essencialmente transitório. (Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, itens 1 e 2.)

A Bíblia

A bíblia é um excelente livro quando interpretada com lucidez e sem partidarismo religioso, ela educa, incita a pratica do amor a DEUS e ao próximo, nos incentiva a prática da caridade e nos esclarece acerca de muitos fatos históricos e até científicos. A bíblia é um péssimo livro quando interpretada segundo interesses de pessoas ditas espirituais, porém extremamente materialistas (só visam o seu bem estar e vêem na religião uma grande fonte de lucros) e quando usada por grupos fanáticos. Podemos observar que algumas passagens bíblicas foram realmente inspiradas por DEUS (ou por espíritos superiores), devido ao teor de pureza que na terra não encontramos em nenhum ser humano, no que diz respeito ao mais alto grau da moral, quando se fala de perdão incondicional, orar pelos inimigos, a luta e vigilância constantes para não cairmos em tentação, á prática do amor acima de tudo. Do mesmo modo podemos também observar claramente passagens bíblicas que não contém nenhuma inspiração divina, quando vemos a incitação a violência contra os irmãos inclusive por motivos irrisórios, a mãe apedrejar um filho por desobediência, um animal que violentado por um homem pagar com a própria vida sendo inocente e vitima, e muitas outras insanidades que não condizem com o DEUS de amor e justiça pregado pelo mestre Jesus Cristo. Praticamente todas as nossas leis tiveram como base os preceitos bíblicos, é claro que foram sendo modificadas de acordo com a necessidade da época, encontramos esses preceitos em nossa constituição, nos livros de direito cível ou penal, e um livro que influencia deste jeito para o bem estar comum, deve merecer todo o nosso respeito (e não medo) não é mesmo? Merece o nosso mais profundo respeito, mas, daí a ser considerado como palavra de DEUS ou totalmente inspirado vai uma grande distancia, principalmente quando analisado com imparcialidade e levando-se em consideração os principais atributos de DEUS. Como que um DEUS de amor, onisciente, onipotente e onipresente poderia se enganar, se arrepender, primeiro incentivar o amor depois mandar matar? Como que DEUS poderia se contradizer através das páginas da bíblia, como vemos em várias passagens onde em um lugar é afirmado uma determinada coisa, e em outro lugar aquilo é contradito? Enfim, como tudo que existe neste mundo e que o homem colocou as suas mãos, temos que separar o que é bom do que é ruim e colocarmos em prática em nossas vidas, a bíblia não foge desta regra. Somos privilegiados hoje porque temos toda uma vasta literatura espírita (principalmente os livros da codificação) que nos ajudam a compreender com lucidez as passagens bíblicas, o que aos nossos irmãos do passado não era possível.

O Evangelho segundo o Espiritismo

A bíblia é um excelente livro quando interpretada com lucidez e sem partidarismo religioso, ela educa, incita a pratica do amor a DEUS e ao próximo, nos incentiva a prática da caridade e nos esclarece acerca de muitos fatos históricos e até científicos. A bíblia é um péssimo livro quando interpretada segundo interesses de pessoas ditas espirituais, porém extremamente materialistas (só visam o seu bem estar e vêem na religião uma grande fonte de lucros) e quando usada por grupos fanáticos. Podemos observar que algumas passagens bíblicas foram realmente inspiradas por DEUS (ou por espíritos superiores), devido ao teor de pureza que na terra não encontramos em nenhum ser humano, no que diz respeito ao mais alto grau da moral, quando se fala de perdão incondicional, orar pelos inimigos, a luta e vigilância constantes para não cairmos em tentação, á prática do amor acima de tudo. Do mesmo modo podemos também observar claramente passagens bíblicas que não contém nenhuma inspiração divina, quando vemos a incitação a violência contra os irmãos inclusive por motivos irrisórios, a mãe apedrejar um filho por desobediência, um animal que violentado por um homem pagar com a própria vida sendo inocente e vitima, e muitas outras insanidades que não condizem com o DEUS de amor e justiça pregado pelo mestre Jesus Cristo. Praticamente todas as nossas leis tiveram como base os preceitos bíblicos, é claro que foram sendo modificadas de acordo com a necessidade da época, encontramos esses preceitos em nossa constituição, nos livros de direito cível ou penal, e um livro que influencia deste jeito para o bem estar comum, deve merecer todo o nosso respeito (e não medo) não é mesmo? Merece o nosso mais profundo respeito, mas, daí a ser considerado como palavra de DEUS ou totalmente inspirado vai uma grande distancia, principalmente quando analisado com imparcialidade e levando-se em consideração os principais atributos de DEUS. Como que um DEUS de amor, onisciente, onipotente e onipresente poderia se enganar, se arrepender, primeiro incentivar o amor depois mandar matar? Como que DEUS poderia se contradizer através das páginas da bíblia, como vemos em várias passagens onde em um lugar é afirmado uma determinada coisa, e em outro lugar aquilo é contradito? Enfim, como tudo que existe neste mundo e que o homem colocou as suas mãos, temos que separar o que é bom do que é ruim e colocarmos em prática em nossas vidas, a bíblia não foge desta regra. Somos privilegiados hoje porque temos toda uma vasta literatura espírita (principalmente os livros da codificação) que nos ajudam a compreender com lucidez as passagens bíblicas, o que aos nossos irmãos do passado não era possível.
O homem – Psicografia de Chico Xavier e cantado por Roberto Carlos
A nova era – O evangelho segundo o espiritismo

A nova era

Deus é único e Moisés é o Espírito que Ele enviou em missão para torná-lo conhecido não só dos hebreus, como também dos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que se serviu Deus para se revelar por Moisés e pelos profetas, e as vicissitudes por que passou esse povo destinavam-se a chamar a atenção geral e a fazer cair o véu que ocultava aos homens a divindade. Os mandamentos de Deus, dados por intermédio de Moisés, contêm o gérmen da mais ampla moral cristã. Os comentários da Bíblia, porém, restringiam-lhe o sentido, porque, praticada em toda a sua pureza, não na teriam então compreendido. Mas, nem por isso os dez mandamentos de Deus deixavam de ser um como frontispício brilhante, qual farol destinado a clarear a estrada que a Humanidade tinha de percorrer. A moral que Moisés ensinou era apropriada ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos que ela se propunha regenerar, e esses povos, semi-selvagens quanto ao aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se pudesse adorar a Deus de outro modo que não por meio de holocaustos, nem que se devesse perdoar a um inimigo. Notável do ponto de vista da matéria e mesmo do das artes e das ciências, a inteligência deles muito atrasada se achava em moralidade e não se houvera convertido sob o império de uma religião inteiramente espiritual. Era-lhes necessária uma representação semimaterial, qual a que apresentava então a religião hebraica. Os holocaustos lhes falavam aos sentidos, do mesmo passo que a idéia de Deus lhes falava ao espírito. Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico-cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam. É a lei do progresso, a que a Natureza está submetida, que se cumpre, e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer que a Humanidade avance. São chegados os tempos em que se hão de desenvolver as idéias, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as idéias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento se efetue sem lutas. Não; aquelas idéias precisam, para atingirem a maturidade, de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas. Uma vez isso conseguido, a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos, que então abraçarão uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna. Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá. — Um Espírito israelita. (Mulhouse, 1861.)

Um dia, Deus, em sua inesgotável caridade, permitiu que o homem visse a verdade varar as trevas. Esse dia foi o do advento do Cristo. Depois da luz viva, voltaram as trevas. Após alternativas de verdade e obscuridade, o mundo novamente se perdia. Então, semelhantemente aos profetas do Antigo Testamento, os Espíritos se puseram a falar e a vos advertir. O mundo está abalado em seus fundamentos; reboará o trovão. Sede firmes! O Espiritismo é de ordem divina, pois que se assenta nas próprias leis da Natureza, e estai certos de que tudo o que é de ordem divina tem grande e útil objetivo. O vosso mundo se perdia; a Ciência, desenvolvida à custa do que é de ordem moral, mas conduzindo-vos ao bem-estar material, redundava em proveito do espírito das trevas. Como sabeis, cristãos, o coração e o amor têm de caminhar unidos à Ciência. O reino do Cristo, ah! passados que são dezoito séculos e apesar do sangue de tantos mártires, ainda não veio. Cristãos, voltai para o Mestre, que vos quer salvar. Tudo é fácil àquele que crê e ama; o amor o enche de inefável alegria. Sim, meus filhos, o mundo está abalado; os bons Espíritos vo-lo dizem sobejamente; dobrai-vos à rajada que anuncia a tempestade, a fim de não serdes derribados, isto é, preparai-vos e não imiteis as virgens loucas, que foram apanhadas desprevenidas à chegada do esposo. A revolução que se apresta é antes moral do que material. Os grandes Espíritos, mensageiros divinos, sopram a fé, para que todos vós, obreiros esclarecidos e ardorosos, façais ouvir a vossa voz humilde, porquanto sois o grão de areia; mas, sem grãos de areia, não existiriam as montanhas. Assim, pois, que estas palavras — “Somos pequenos” — careçam para vós de significação. A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para frente; a lei dos mundos é a lei do progresso(FÉNELON, Poitiers,1861.) Santo Agostinho é um dos maiores divulgarizadores do Espiritismo. Manifesta-se quase por toda parte. A razão disso, encontramo-la na vida desse grande filósofo cristão. Pertence ele à vigorosa falange do Pais da Igreja, aos quais deve a cristandade seus mais sólidos esteios. Como vários outros, foi arrancado ao paganismo, ou melhor, à impiedade mais profunda, pelo fulgor da verdade. Quando, entregue aos maiores excessos, sentiu em sua alma aquela singular vibração que o fez voltar a si e compreender que a felicidade estava alhures, que não nos prazeres enervantes e fugitivos; quando, afinal, no seu caminho de Damasco, também lhe foi dado ouvir a santa voz a clamar-lhe: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” exclamou: “Meu Deus! Meu Deus! perdoai-me, creio, sou cristão!” E desde então tornou-se um dos mais fortes sustentáculos do Evangelho. Podem ler-se, nas notáveis confissões que esse eminente espírito deixou, as características e, ao mesmo tempo, proféticas palavras que proferiu, depois da morte de Santa Mônica: Estou convencido de que minha mãe me virá visitar e dar conselhos, revelando-me o que nos espera na vida futura. Que ensinamento nessas palavras e que retumbante previsão da doutrina porvindoura! Essa a razão por que hoje, vendo chegada a hora de divulgar-se a verdade que ele outrora pressentira, se constituiu seu ardoroso disseminador e, por assim dizer, se multiplica para responder a todos os que o chamam. — Erasto, discípulo de S. Paulo. (Paris, 1863.) .

Das mesas girantes à Codificação

Conforme o seu próprio depoimento, publicado em Obras Póstumas, foi em 1854 que o Prof. Rivail ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das "mesas girantes", bastante difundido à época, através do seu amigo Fortier, um magnetizador de longa data. Sem dar muita atenção ao relato naquele momento, atribuindo-o somente ao chamado magnetismo animal de que era estudioso, só em maio de 1855 sua curiosidade se voltou efetivamente para as mesas, quando começou a freqüentar reuniões em que tais fenômenos se produziam.
Convencendo-se de que o movimento e as respostas complexas das mesas deviam-se à intervenção de espíritos, Rivail dedicou-se à estruturação de uma proposta de compreensão da realidade baseada na necessidade de integração entre os conhecimentos científico, filosófico e moral, com o objetivo de lançar sobre o real um olhar que não negligenciasse nem o imperativo da investigação empírica na construção do conhecimento, nem a dimensão espiritual e interior do Homem. Adotou, nessa tarefa, o pseudônimo que o tornaria conhecido – Allan Kardec – nome esse, segundo o que teria lhe dito o espírito Zefiro, que teria utilizado em uma encarnação anterior como Druida. Tendo iniciado a publicação das obras da Codificação em 18 de abril de 1857, quando veio à luz O Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espiritismo, após o lançamento da Revista Espírita (1 de janeiro de 1858), fundou, nesse mesmo ano, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Allan Kardec - A juventude e a atividade pedagoga

Nascido numa antiga família de orientação católica com tradição na magistratura e na advocacia, desde cedo manifestou propensão para o estudo das ciências e da filosofia. Fez os seus estudos na Escola de Pestalozzi, no Castelo de Zahringenem, em Yverdun, na Suíça(país protestante), tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que tão grande influência teve na reforma do ensino na França e na Alemanha. Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus colegas menos adiantados. Concluídos os seus estudos, o jovem Rivail retornou ao seu país natal. Profundo conhecedor da língua alemã, traduzia para este idioma diferentes obras de educação e de moral, com destaque para as obras de François Fénelon, pelas quais manifestava particular atração. Era membro de diversas sociedades, entre as quais da Academia Real de Arras, que, em concurso promovido em 1831, premiou-lhe uma memória com o tema Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época? A 6 de fevereiro de 1832 desposou Amélie Gabrielle Boudet. Como pedagogo, o jovem Rivail dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público. Entre 1835 e 1840, manteve em sua residência, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia comparada, Astronomia e outros. Nesse período, preocupado com a didática, criou um engenhoso método de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História de França, visando facilitar ao estudante memorizar as datas dos acontecimentos de maior expressão e as descobertas de cada reinado do país. WWkipédiaPublicou diversas obras sobre Educação

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O Livro dos Espíritos

Extraído da Wquipédia O evangelho segundo o espiritismo

O ESPIRITISMO

É a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domino do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxilio da qual tudo se explica de modo fácil. A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários. É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera. Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.” Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. I, itens 5 a 7.)

ALLAN KARDEC -filme

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Aliança da Ciência e da Religião
A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra. A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de idéias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.
São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso. Então, não mais desmentida pela Ciência, a Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo mais opor a irresistível lógica dos fatos. A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem. É toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são de prever as conseqüências: acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei do progresso, que é lei de Deus.

20 serviços que o Espiritismo faz por você

1 – Integra você no conhecimento de sua posição de criatura eterna e responsável, diante da vida. 2 – Expõe o sentido real das lições do CRISTO e de todos os outros mentores Espirituais da humanidade, nas diversas regiões do planeta. 3 – Suprime-lhe as preocupações originárias do medo da morte,Provando que “ela” não existe! 4 – Revela-lhe o princípio da reencarnação, determinando o porquê da dor e das aparentes desigualdades sociais. 5 – Confere-lhe forças para suportar as maiores vicissitudes do corpo, mostrando a você que o instrumento físico nos reflete as condições ou necessidades do espírito. 6 – Tranquiliza você com respeito aos desajustes da parentela, esclarecendo que o lar recebe não somente afetos, mas também os desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração. 7 – Demonstra-lhe que o seu principal templo para o culto da presença Divina é a consciência. 8 – Liberta-lhe a mente de todos os tabus em matéria de crença religiosa. 9 – Elimina a maior parte das preocupações acerca do futuro além da “morte”. 10 – Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados. 11 – Entrega-lhe o conhecimento da Mediunidade. 12 – Traça-lhe providência para o combate ou para a cura da obsessão. 13 – Concede-lhe o direito à fé raciocinada. 14 – Destaca-lhe o imperativo da caridade por dever. 15- Auxilia você a revisar e revalorizar os seus conceitos de trabalho e tempo. 16 – concede-lhe a certeza natural de que se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios. 17 – Garante-lhe serenidade e paz diante das calúnias ou das críticas. 18 – Ensina você a considerar adversários por instrutores. 19 – Explica-lhe que, por maiores que sejam as dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a própria situação. 20 – Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém fugirá da lei que manda atribuir a cada qual segundo suas obras pessoais. “A maior caridade que podemos fazer em relação à DOUTRINA ESPÍRITA é a sua divulgação”. - Emmanuel

Preservação dos Princípios Doutrinário na Prática Espírita

Assunto: Preservação dos Princípios Doutrinários na Prática Espírita .“É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios" Bezerra de Menezes (Mensagem “Unificação”, psicografia de Francisco Cândido Xavier – Reformador, agosto 2001) * Considerando que as idéias espíritas, tais como reencarnação, imortalidade, comunicação com os Espíritos e vida após a morte, têm sido alvo de interesse geral, propiciando à mídia a divulgação de filmes, teatro, livros e notícias de fatos ocorridos, que mostram, cada vez mais, a certeza dessas verdades que a Doutrina Espírita revela há 150 anos; * Considerando que essa promoção é perfeitamente compatível com os propósitos do Movimento Espírita que é o de colocar ao alcance e a serviços de todos a mensagem consoladora e esclarecedora da Doutrina Espírita, dando sentido à vida e trazendo respostas às inquietações de muitos seres humanos com tendência ao suicídio, à violência, ao uso das drogas e à desagregação familiar; * Considerando que, com a divulgação feita pela mídia, independentemente da ação do Movimento Espírita, é natural que um número cada vez maior de pessoas procure os núcleos espíritas, interessado em aprofundar-se no conhecimento dos ensinos doutrinários e em receber a assistência, o esclarecimento e a orientação de que necessita, bem como preparar-se para o trabalho voluntário, na assistência e promoção social, no atendimento aos que necessitam de amparo espiritual e em outras atividades; * Considerando que esta circunstância oferece ao trabalhador espírita a oportunidade de intensificar o desenvolvimento de suas tarefas voltadas ao estudo, à difusão e à prática do Espiritismo, consciente de que a convicção do ser humano quanto à sua condição de Espírito imortal é fundamental para ajudá-lo a atravessar esta fase de transição em que nos encontramos, quando se prepara a Humanidade para ascender à condição de mundo de regeneração; * Considerando que o Centro Espírita continua a ser o núcleo básico da difusão espírita, propiciando espaço para todas as atividades de atendimento e de estudo aos interessados em receber os benefícios da Doutrina Espírita, tal como foi revelada pelos Espíritos Superiores a Allan Kardec e nas obras que, seguindo suas diretrizes, lhe são complementares e subsidiárias, O CONSELHO FEDERATIVO NACIONAL, EM SUA REUNIÃO DE 10 A 12 DE NOVEMBRO DE 2006, RECOMENDA: 1 – que os dirigentes e trabalhadores espíritas intensifiquem os seus esforços no sentido de colocar a Doutrina Espírita ao alcance e a serviços de todos os homens, divulgando os seus ensinos com o propósito de esclarecer fraternalmente, sem impor e sem pretender converter a quem quer que seja; 2 – que procuremos aprimorar, ampliar e multiplicar os núcleos espíritas, utilizando toda a sua potencialidade no atendimento às necessidades de assistência, de conhecimento, de estudo e de orientação que s seres humanos apresentam; 3 – que no desenvolvimento da tarefa de estudo, difusão e prática da Doutrina Espírita: 3.1 – estudemos constantemente a Doutrina Espírita, não só para o nosso próprio aprimoramento, como também, para manter o trabalho doutrinário dentro dos princípios espíritas, sem as influências nocivas de interpretações pessoais distorcidas; 3.2 – trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, impondo silêncio aos nossos ciúmes e às nossas discórdias, para não prejudicar e nem retardar a execução do trabalho, em qualquer área de atividade em que nos encontremos; 3.3 – mantenhamos o Espiritismo com a pureza doutrinária própria do Cristianismo nascente, sem incorporar à sua prática qualquer forma de ritual, de sacramento ou de idolatria, incompatível com os seus princípios. É lícito, justo e conveniente orarmos em benefício de alguém que nasce, de um casal que assume compromissos matrimoniais ou de alguém que retorna à vida espiritual. Não é lícito, todavia, sacramentarmos esses gestos, chamando-os de “batizado espírita”, “casamento espírita” ou “funeral espírita”, mesmo quando se apresentam sob aparente legalidade. As instituições que se classificam como espíritas, têm o dever decorrente de pautar a sua prática dentro dos princípios contidos nas obras básicas de Allan Kardec, que constituem a Codificação Espírita, e tem o direito constitucional de preservar a sua autonomia e liberdade de ação na execução desses princípios. O Espiritismo não tem sacerdotes e nas atividades verdadeiramente espíritas a ninguém é dado o direito de consagrar atos ou fazer concessões, seja em nome de Deus, de Jesus, dos Espíritos Superiores ou da própria Doutrina Espírita; 3.4 – colaboremos com os órgãos públicos e com a sociedade em geral, em todas as suas ações marcadas pelos propósitos de solidariedade e de fraternidade, visando a assistência e a promoção material, social e espiritual do ser humano, preservando e praticando, todavia, a integridade dos princípios e objetivos doutrinários espíritas que caracterizam a instituição; 3.5 – relacionemo-nos com os representantes e seguidores de todos os segmentos religiosos, procurando construir a base de um convívio salutar, marcado pelo respeito recíproco e pela fraternidade, base fundamental para a construção de uma sociedade em que a multiplicidade de convicções sociais, filosóficas ou religiosas não seja impedimento para a coexistência fraterna. Com isto estaremos vivenciando e preservando plenamente os princípios da Doutrina Espírita. CFN – Brasília, 12 de novembro de 2006.

A prática espírita

Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho “Dai de graça o que de graça recebestes”. A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade. O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior. O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los. A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem. Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã. O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

ESPIRITISMO DE ALLAN KARDEC A FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

ESPIRITISMO DE ALLAN KARDEC A FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
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